Após 27 anos, poetas londrinenses se reencontram para o Poesia in Concert, na abertura oficial do Londrix, segunda-feira (6)
Existe um lugar em que nem o tempo, nem a lógica dão conta de explicar: o palco. É nele que três poetas londrinenses e um músico vão se reencontrar, após 27 anos, para musicar poemas. O Poesia in Concert será apresentado na abertura oficial do Londrix – Festival Literário de Londrina, que será nesta segunda-feira, dia 6, às 19h30, na Vila Cultural Cemitério de Automóveis. O evento terá ainda a participação de novos projetos.
Os poetas, escritores, dramaturgos Mário Bortolotto, Rodrigo Garcia Lopes e Maurício Arruda Mendonça, que trazem muitas afinidades em comum, mas estilos bem diferentes, mais Sílvio Demétrio, exímio no violão e expert em Blues, Rock, contracultura, vão reviver a noite mágica do 1º. Poesia in Concert ocorrido em 1992, no Bar Valentino, quando a “casinha” ainda era no quadrilátero central.
Quase 30 anos depois e com um reconhecimento maior do que o que tinham na época em que subiram ao palco, os quatro artistas trazem poemas e música de autorias próprias, que mostram a intensa relação dessas duas artes. Além das obras autorais, o repertório terá também Bukowski, Laurence Ferlinghetti, Sylvia Plath, Jack Kerouac, Allen Ginsberg, Leminsk, entre outros.
Mário Bortolotto vai ler o poema de sua autoria, “Os que vão viver, tu sacaneia” e “Como ser um grande escritor”, do Bukowski. Ao ser questionado sobre o que mudou nesses 27 anos, Bortolotto é categórico: “Éramos jovens e o mundo era bem mais divertido. Acho que estamos todos mais melancólicos, mas o amor pela literatura e pelos escritores que amamos ainda é o mesmo. Para nós, a poesia e a música não mudaram, talvez para o resto do mundo, sim”.
Rodrigo Garcia Lopes, escritor londrinense, observa que nesses últimos anos a quantidade de saraus, recitais e eventos em que poesia e música, além de outras artes, se dão as mãos, está cada vez maior no Brasil. “Não são mais eventos isolados, esporádicos, como foi o Poesia in Concert em 1992. As novas tecnologias e mídias facilitaram muito também a difusão da poesia”, acredita.
O escritor e poeta Maurício Arruda Mendonça espera criar uma boa atmosfera, um show instigante, que o público possa curtir bastante e se lembre desse momento de poesia feita com paixão. “Vamos fazer um som que acompanhe as falas, como Blues, Jazz, Rock, mas em função da poesia. Os poemas serão do Rodrigo, do Mário e meus. O Silvio é o músico fixo”, explica Mendonça.
“O que mudou é que todos hoje são artistas mais experientes do que 27 anos atrás. Cada um com sua carreira, prêmios, destaque nacional. O Mário um dramaturgo reconhecido e cultuado nacionalmente e premiado com APCA, prêmio altamente importante (pelo conjunto da obra); o Rodrigo, um poeta e tradutor importantíssimo nacionalmente, com poema incluído entre os melhores do século XX; eu com prêmios de teatro nacionais e internacionais. Então, nós, moleques londrinenses, levamos o nome e a arte desta cidade a um lugar bacana, acredito eu”, comenta Mendonça .
Maurício Arruda Mendonça destaca que Mário é ator, diretor, poeta, compositor, violonista e cantor. Rodrigo, poeta, compositor, cantor. Eu também na poesia, no teatro, na música também. O Silvio, professor de jornalismo na UEL, expert em Blues, Rock, contracultura e exímio no violão. Somos de uma geração de caras que mexiam com várias artes ao mesmo tempo. É uma característica”, complementa Mendonça.
O quarteto está se reunindo a convite do Londrix, pois não havia a ideia de reeditar esse trabalho. Porém, o Poesia in Concert foi importante em décadas passadas quando ninguém fazia show de poesia em Londrina. “Foi algo totalmente inédito. Fizemos no Valentino com casa cheia e gente ficando pra fora. Foi um momento realmente incrível. Houve participações importantes como a de Tony Hara e Marcos Losnak na arte do programa, que era lindo. E da Jacqueline Sasano no cartaz, que ficou incrível. Grande momento”, relembra Mendonça.
PARTICIPAÇÃO
Os poetas londrinenses vão dividir o palco com integrantes de projetos novos como o Entidade Perdida e Mesosfera. O Entidade Perdida é formado por músicos e poetas, de Umuarama, que trarão no repertório obras autorais. Integram o projeto o poeta e escritor Augusto Silva e os músicos Duda Victor e Kaio Miotti Ribeiro. Também haverá apresentação do Mesosfera com Leandro Benevides. Durante à noite, Augusto Silva vai autografar o livro de poemas “Canções que não chegaram a tempo”.
Realização:
AARPA
Apoio:
CULTURAL, INTERATIVA, RPC
Parceria:
Museu Histórico, UEL
Patrocínio:
PROMIC
SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA
MINISTÉRIO DA CIDADANIA
GOVERNO FEDERAL
ABERTURA OFICIAL DO LONDRIX
DIA: 6 de maio
Horas: 19h30
Local: Cemitério de Automóveis – Av. Arthur Thomas, 342 – Jardim Bandeirantes
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